Raphaelle.
Menina boba. Ela está de ouvidos tapados, apática, com os olhos fechados e a boca muda. Estarrecida e fria, de um modo quase cativante. Esconde as mãos entre as pernas, sentada – largada ao acaso. Desacreditada.
É muda, por fora – por dentro, gritante.
Não, ela não está triste. Só está cansada.
Cansada do trabalho de colher flores.
Ela quer ser colhida. Quer ser acolhida.
Ela quer uma história com um final marcante, triste, desencabeçado, pesado, sujo. Ela quer lágrimas. Ela quer se regar. Se largar. Ela quer desabar – e desabrochar em si.
Não, ela não está triste. Só está cansada.
Cansada. E só.
Rafael M. Watanabe
Nota do Autor: Confiem – o nome desse texto não tem ligação alguma com vosso querido (n) autor. Claro, é um nome que eu gosto, e foi o nome que eu já havia pensando quando comecei a escrever. Mas não liguem a história à (minha) pessoa.
2 comentários:
fala pra ela que eu tô soltinho!
Foda cara, realmente às vezes bata não é tristeza, é só solidão, de fato e a gente se pega naquela maior idealização do universo e parece que nada NUNCA vai acontecer e a gente só pode ficar torcendo e esperando e imaginando.
VDM
Tristeza é bom, em pequenas doses. Gera um pouco de força depois de tudo. Já solidão não. Essa vai consumindo você até o fim.
Lindo e verdadeiro, como sempre Rafael.
Assinado: Lobo Solitário.
Postar um comentário
Não se acanhe, e procure ser legível. =)