Raphaelle.
Menina boba. Ela está de ouvidos tapados, apática, com os olhos fechados e a boca muda. Estarrecida e fria, de um modo quase cativante. Esconde as mãos entre as pernas, sentada – largada ao acaso. Desacreditada.
É muda, por fora – por dentro, gritante.
Não, ela não está triste. Só está cansada.
Cansada do trabalho de colher flores.
Ela quer ser colhida. Quer ser acolhida.
Ela quer uma história com um final marcante, triste, desencabeçado, pesado, sujo. Ela quer lágrimas. Ela quer se regar. Se largar. Ela quer desabar – e desabrochar em si.
Não, ela não está triste. Só está cansada.
Cansada. E só.
Rafael M. Watanabe
Nota do Autor: Confiem – o nome desse texto não tem ligação alguma com vosso querido (n) autor. Claro, é um nome que eu gosto, e foi o nome que eu já havia pensando quando comecei a escrever. Mas não liguem a história à (minha) pessoa.