Raphaelle.

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Menina boba. Ela está de ouvidos tapados, apática, com os olhos fechados e a boca muda. Estarrecida e fria, de um modo quase cativante. Esconde as mãos entre as pernas, sentada – largada ao acaso. Desacreditada.
É muda, por fora – por dentro, gritante.
Não, ela não está triste. Só está cansada.

Cansada do trabalho de colher flores.
Ela quer ser colhida. Quer ser acolhida.

Ela quer uma história com um final marcante, triste, desencabeçado, pesado, sujo. Ela quer lágrimas. Ela quer se regar. Se largar. Ela quer desabar – e desabrochar em si.
Não, ela não está triste. Só está cansada.

Cansada. E só.

Rafael M. Watanabe

Nota do Autor: Confiem – o nome desse texto não tem ligação alguma com vosso querido (n) autor. Claro, é um nome que eu gosto, e foi o nome que eu já havia pensando quando comecei a escrever. Mas não liguem a história à (minha) pessoa.


em segunda-feira, 20 de dezembro de 2010 2 comentários

The Foolest N°12

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Ficar aqui
nessa mesmice
pensando em você
é uma burrice  
                                            que não procede

Mas uma rima tosca, um amor platônico...
Às vezes é bom ceder ao que a vida pede

Rafael M. Watanabe


em terça-feira, 7 de dezembro de 2010 2 comentários

Ainda-Quê.

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Ainda que todas minhas músicas sejam em vão, e que todas nossas histórias sejam apenas minhas. Ainda que meu pensamento seja só, e somente só, seu, e que o seu não seja meu. Ainda que meus dias se tornem cinzas só porque eu não tive um sorriso seu, e que eu me destrua por dentro para poder manter as aparências. Ainda que você não me ligue quando eu mais quero e menos preciso, e que não me abrace como eu gostaria que abraçasse. Ainda que não pense em mim quando for dormir, e não fique ansioso como eu para nos vermos o mais rápido possível. Ainda que, para você, sejamos apenas amigos – bons amigos –, e que eu não seja aquele a quem você confia suas divergências. Ainda que eu não seja a sua prioridade, e que meus amigos reclamem sobre meu suposto afastamento deles, por sua causa. Ainda que você seja o responsável pela grande maioria das minhas atuais aflições... Eu continuarei assim.

Porque você também é o responsável pela grande maioria das minhas atuais alegrias, e eu não sei retribuir de outra forma, senão te oferecendo o que eu tenho de mais puro, singelo, e fiel – que é o que eu sinto por você.

Ainda que isso venha sob o disfarce de olhares desinteressados, despreocupação forçada e um sorriso bobo que eu não consigo evitar quando você me olha.

Rafael M. Watanabe


em sábado, 4 de dezembro de 2010 4 comentários